Hoje acordei na lua,
estava linda de manhã,
entrei numa corrente
e passei a tarde em Itapuã.
Para sempre uma maravilhosa sensação,
engarrafamento quase tântrico.
Pois ele morreu na contra-mão
e atrapalhando o trânsito.
Quando fecho os olhos,
posso ir para qualquer lugar,
abandonei meu carro e
peguei um taxi lunar.
Um taxista beleza
que sonhava em ser cabeludo,
sujeitinho arretado,
cujo apelido era Maluco.
Na frente da minha casa
tinha um sujeito na calçada
que me ofereceu um cigarro e
disse que o tempo não para.
Não, eu não fumo. Mas muito obrigado.
Aí, eu reparei um magrão do meu lado,
"E aí, beleza? Eu já estava de saída.
Mas fique bem atento porque essa vida é bandida!"
Mais uma noite solitária e
eu fui assistir televisão,
quando ouvi uns britânicos
dizendo "não consigo ter satisfação".
Eu não entendi muito bem,
mas poderia ser verdade.
Aí o negão me ligou,
dizendo que ia morrer de saudade.
Este dia ficou muito doido,
resolvi dormir um pouco.
Quem sabe, eu sonhe com
a alvorada lá do morro.