segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Familia feliz



Oi papai, você é bravo e valente, 
é o melhor na empresa e amigo do presidente.
Conseguiu tudo sozinho, com muita perseverança e
agora que tá rico, se mantém pela aliança.
Quer que tudo se foda e faz pose de bom moço,
quer pôr a mão em tudo e estrangular pelo pescoço.
Tem sede de ganância e seu status gera fama,
é tudo ensaiado e é por isso que engana.

Eu te amo papai, eu quero ser como você.
Muito já aprendi, tem mais o que para aprender?
Vou viver pelo dinheiro, quero ter todo o poder.
Exibir o meu consumo pra que todos possam ver.

Oi mamãe, você é sempre tão disposta,
enche a cara o dia inteiro pra aguentar toda essa bosta.
Famosa dona de casa, noveleira de plantão,
que alimenta a idiotice vinda da televisão.

Familia feliz, um exemplo a seguir, 
um modelo de merda que só quer te iludir.
Você nasce com um roteiro e só finge que não sabe,
tudo um grande teatro chamado sociedade.
Se fosse um por todos e todos por um,
ninguém ia ousar atacar o bem comúm.
Por isso geram o caos e é tudo calculado,
proíbem inofensivo, como um simples baseado.

Eu te amo papai, eu quero ser como você.
Muito já aprendi, tem mais o que para aprender?
Vou viver pelo dinheiro, quero ter todo o poder.
Exibir o meu consumo pra que todos possam ver.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

você não vê




Mais uma vez eu to voltando pra casa,
mais uma vez voltam sujeitos da rua.
Cabelos brancos que embalaram na praça,
corpos cansados que desistiram da luta.

E ainda tem muito mais.
O que você não vê.

Mais uma vez eu olho pela janela,
mais uma vez noto a vida lá fora.
Rostos cansados, uma visão nada bela,
rezando a fuga de não estar nela.

E ainda tem muito mais.
O que você não vê.

vento frio


A admiração se acabou,
o medo é que venceu,
foi o vento que bateu, 
e a cor que se apagou.

O sangue que ainda percorre,
o elo que não se rompe,
a poeira é que preenche
e a historia é que morre.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ordem de desordem

Tão tudo louco.
em cada canto, tudo rouco.
é por pouco, não se pode notar.

Vou quebrar tudo!
Explodir tudo!
Seja bem vindo ao submundo.
O mundo mudo é que vai mudar.

Crise não é nada,
filho com fome é que mata,
tira o sono e tira a calma.
Planejo como vou sobreviver.

Venera a marca,
vagabundas e gravatas,
escondendo todas as cartas,
putas sobremesas importadas.

Para nossa grana desviar?
Para nossa grana confiscar?
Achou que ninguem ia notar?

Filho da puta de verdade,
condecorado à vaidade, 
escolhido pela sociedade
secreta, gerando essas merdas.
Gerando essas merdas!
Que geram essa merda!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sistema da maquina




Querem que eu tome remédios demais,
querem descartar todas as causas naturais.
Querem que você nem seja mais você mesmo,
Querem que os aceite e também que sinta medo.

Sociedade muito estranha,
governo come a nossa entranha
e nós, não fazemos nada.

Dizem para você que o futuro só existe, 
para aqueles que sorriam, batalham e vivem no limite.
Querem que você aceite morrer por grana,
que admita a putaria, por ingenuidade ou por fama.

Sociedade muito estranha,
governo come a nossa entranha
e nós, não fazemos nada.

Fazem você odiar a segunda-feira,
trabalhar puto na semana, para cair na bebedeira.
Te empurram o egoismo e vai de ti aceitar.
Fico puto pra caralho e só dá vontade de gritar.

Sociedade muito estranha,
governo come a nossa entranha
e nós, não fazemos nada.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu quero esquecer



Estressado acordei,
o meu amigo sumiu, 
fui atrás dele,
mas ninguém viu.

A rua vazia,
a raiva chegou, 
se tem alguém aí,
que me leve , por favor!

Não olho mais para trás, 
eu quero esquecer.

Saí assim mesmo,
nem mala eu tenho,
engoli a minha chave 
e eu to é fedendo.

Não tenho um mapa,
não sei onde estou, 
não sei o que acontece 
e não sei para onde vou. 

Não olho mais para trás, 
eu quero esquecer.
Não olho mais para trás, 
um dia acho você.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Além do que


Mais uma vez eu to voltando pra casa,
mais uma vez voltam sujeitos da rua.
Cabelos brancos que embalaram na praça,
corpos cansados que desistiram da luta.

E ainda tem muito mais.
O que você não vê.

Mais uma vez eu olho pela janela,
mais uma vez noto a vida lá fora.
Rostos cansados, uma visão nada bela,
rezando a fuga de não estar nela.

E ainda tem muito mais.
O que você não vê.