quarta-feira, 3 de outubro de 2012

subterrâneo


Pensamentos nascidos vermelhos
permaneceram alegres e vermelhos,
mas se concluíram azul e não vermelho.

Não me agradou em 1º vista,
talvez nunca me agradará.

Não te concedo a mão
de minha bela consciência,
quem sabe a indecência de
morrer de amor no chão,
tal como morremos em vão.

De um ato sensato,
te deixo minha carteira e meu sapato,
que não adiantará mais carregar,
estou livre, trancado em algum lugar.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Aborto


Na janela do lado eu fico parado,
notando, sentado e captando ações.

Velhos barões, cidades e sertões.
Guerras e guerrilhas apagando as visões.

Menino abortado, a família do lado, 
coração congelado que o destino nos deu.

Amizade falhada, marcado a morrer.
A fila que segue, chegando em você.

Não pense e não fale.
Desista e se cale.

Não ouça e não veja.
Desista e se cale.




quarta-feira, 11 de julho de 2012

Conheci na Vida


Hoje acordei na lua, 
estava linda de manhã,
entrei numa corrente 
e passei a tarde em Itapuã.

Para sempre uma maravilhosa sensação,
engarrafamento quase tântrico.
Pois ele morreu na contra-mão
e atrapalhando o trânsito.

Quando fecho os olhos, 
posso ir para qualquer lugar,
abandonei meu carro e 
peguei um taxi lunar.

Um taxista beleza
que sonhava em ser cabeludo,
sujeitinho arretado, 
cujo apelido era Maluco.

Na frente da minha casa
tinha um sujeito na calçada
que me ofereceu um cigarro e
disse que o tempo não para.

Não, eu não fumo. Mas muito obrigado.
Aí, eu reparei um magrão do meu lado,
"E aí, beleza? Eu já estava de saída. 
Mas fique bem atento porque essa vida é bandida!" 

Mais uma noite solitária e
eu fui assistir televisão, 
quando ouvi uns britânicos 
dizendo "não consigo ter satisfação".

Eu não entendi muito bem, 
mas poderia ser verdade. 
Aí o negão me ligou, 
dizendo que ia morrer de saudade. 

Este dia ficou muito doido, 
resolvi dormir um pouco.
Quem sabe, eu sonhe com 
a alvorada lá do morro.



sexta-feira, 8 de junho de 2012

calma


Da ausência da razão,
quase como supor sem exatidão.
Segurar com força todo conflito existencial,
largar da beira e gerar todo o mal.
A lua sempre volta, 
assim como o sol, 
assim como milhas distantes nos farão bem.

Da ausência da companhia,
quase como ter insônia durante a noite e dia.
As vezes precisamos sentir a essência.
Me ama, me esquenta, preciso de tua presença.

Na ausência do perdão,
não sei mais o que fazer,
eu não sei mais o que fazer,
eu não sei.